o cenário da saúde pública do Rio Grande do Norte, a gravidade do abandono administrativo alcança um nível que beira o crime de responsabilidade: leitos de UTI estão bloqueados por falta de material de limpeza básica — e cabe um questionamento direto: como a governadora Fátima Bezerra permanece impassível diante de tamanho descuido?
Um documento, obtido nesta sexta-feira (24), comprova que o governo estadual mantém, ao menos em uma unidade regional, três leitos de UTI fora de funcionamento simplesmente pela ausência de “insumos para higienização”.
Trata-se de uma falha tão primária que não cabe desculpa técnica: luvas, aventais, álcool, materiais de limpeza – itens básicos – faltam para manter o leito pronto para atendimento.
A situação se agrava: o médico coordenador da Regulação de Saúde da região Oeste potiguar, Dr. Francisco Ygor, denunciou que o bloqueio de UTIs não decorre apenas de insumos faltando, mas de problemas estruturais, como aparelhos de ar-condicionado quebrados, ambientes não higienizados e condições que inviabilizam o atendimento.
E mais: na semana anterior, um jovem morreu por falta de vaga em UTI, denúncia pública feita na segunda-feira (20).
Se leitos existem — ou existiriam — mas permanecem bloqueados por negligência, estamos diante de um cenário onde vidas são colocadas em segundo plano frente à inércia administrativa.
O reflexo direto da incompetência de Fátima Bezerra
Esse é o cerne do problema: o que está acontecendo hoje na saúde potiguar é reflexo direto da incompetência da governadora Fátima Bezerra em assumir o comando com responsabilidade, compromisso e senso de urgência. Bloquear UTIs por falha no abastecimento de material de limpeza — isso não é acidente, é um fracasso de governança.
Ela demonstra desinteresse sistemático: não se vê um plano de contingência, não há comunicação eficiente, não há pressa em resolver. O que vemos é uma administração passiva, que deixa que os enfermos aguardem, que os leitos permaneçam inativos, que escândalos cresçam. Esse tipo de omissão indica que a saúde pública — especialmente os mais vulneráveis — não está entre as prioridades reais do governo estadual.
Se a governadora tivesse, de fato, compromisso com o Estado, veria nisso uma emergência. Mas ao manter o silêncio ou explicações tibias, transmite descompasso com o papel público que ocupa. O descaso revela — para quem quiser olhar — que a saúde no RN está abandonada pela liderança máxima.
Impacto social e humano
Os efeitos desse descaso não são abstratos: famílias aflitas aguardam vaga de UTI, unidades que deveriam estar funcionando ficam inoperantes, pacientes morrem ou perdem chances por conta de simples itens de limpeza que faltam.
Além disso, esta situação acentua a desigualdade: quem depende do SUS no RN fica à mercê de um sistema cujo gestor principal olha para outro lado. A sociedade paga — em vidas, em sofrimento, em perda de dignidade.
Contrapontos e exigências
É preciso que a governadora responda com clareza:
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Quantos leitos de UTI estão bloqueados hoje no RN por falta de insumos básicos?
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Qual a previsão de liberação desses leitos?
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Onde está o plano de contingência para evitar bloqueios por falhas “básicas”?
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Quem é responsabilizado internamente por essa falha monumental?
Enquanto as respostas não chegam, a desconfiança cresce: estamos perante um governo que promete, mas não entrega o básico; que anuncia, mas esquece.
No fim, o que vemos é uma liderança que falha — não por acaso, mas por escolha tácita. O bloqueio de leitos de UTI no RN por falta de material de limpeza tornou-se símbolo de uma administração que ignorou o que é essencial, priorizou o secundário e deixou milhares desprotegidos.
E tudo isso sob o comando de Fátima Bezerra, cuja falta de interesse e compromisso com a saúde do RN se evidencia agora em números, em denúncias, em vidas.

