Se acalme!: Governo cobra controle emocional de Jean Paul nas redes sociais

Com a possível permanência de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras, a ala do governo mais crítica ao executivo está precificando essa possibilidade. Uma das condições para a sua permanência é o que tem sido chamado de descontrole emocional nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens.

Prates é um usuário frequente tanto das redes sociais quanto dos aplicativos de mensagem. E costuma fazer cobranças e discutir temas relacionados à estatal com ministros e outros representantes oficiais de poderes de maneira informal. Há uma insatisfação entre essas pessoas com esse comportamento.

Nas redes sociais, não é raro Prates fazer publicações irônicas. No fim de março, quando começou a ganhar corpo a articulação para que ele deixasse a presidência da estatal, publicou que “andaram derrubando” ele do cargo. Na quinta-feira (4), Prates entrou em uma discussão em um grupo de WhatsApp e depois publicou em suas redes o bate-boca.

Depois de um participante publicar a pergunta: “Jean Paul vai sair da Petrobras?“, ele respondeu, com ironia: “Acho que após às 20h02. Vai para a casa jantar… E amanhã às 7h09 ele estará de volta na empresa, pois sempre tem agenda cheia“.

Seu comportamento no ambiente virtual é alvo de diversas críticas. O tema foi abordado pelos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) em conversas recentes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mudança de atitude
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ligou para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, no domingo (7), para tratar sobre a eventual permanência do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no cargo.

Não ficou definida a saída dele, mas Silveira sugeriu mudanças de comportamento.
Lula terá reunião nesta segunda-feira (8) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que é favorável à permanência de Prates na Petrobras.

A principal mudanças de comportamento é que Prates foque mais no objetivo do governo, e menos nos acionistas da empresa. Disse que ele não pode ser subserviente e precisa ter mais entrega para as demandas do governo e dos ministérios.

Outro ponto enfatizado foi que deveria parar de atuar contra o projeto Combustível do Futuro, que prevê o aumento no uso de etanol e biodiesel no país. Prates é defensor do diesel coprocessado ao invés da opção renovável.

O ministro é contra a permanência de Jean Paul no cargo, mas com o prolongamento das tensões e possível continuidade do presidente da Petrobras, sugeriu mudanças. Há uma lista de 11 itens que desagradaram parte do governo circulando entre ministros e auxiliares. Aliados avaliam que a Petrobras precisa atender mais ao social e menos ao mercado.

Tribuna do norte, conteúdo

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