Sargento Gonçalves afirma que Natália Bonavides deve “lavar a boca” ao falar da PM

O deputado federal Sargento Gonçalves (PL) afirmou que também deputada federal Natália Bonavides (PT), deveria “lavar a boca” ao falar da Polícia Militar. A fala, que ganhou repercussão nas últimas horas, ocorreu em sessão do Plenário da Câmara dos Deputados na tarde de quarta-feira (5)

O sargento realizou as afirmações durante o momentos dos discursos parlamentares, reservado para que os deputados trouxessem suas falas. Durante seu pronunciamento, ele afirmou que, durante a tarde a terça-feira (4), Bonavides e outras pessoas se reuniram diante do Tribunal onde ocorreria o Júri de quatro policiais, acusados de envolvimento na morte do jovem Giovani Gabriel (executado a tiros em 2020). O julgamento acerca do crime foi adiado para o mês de julho.

Ali, segundo o deputado, o grupo e a deputada teriam pedido o fim da Polícia Militar. “A deputada foi para a frente do Tribunal do Júri, junto com outra meia dúzia de desocupados, gritar pelo fim da Polícia Militar. Quero lembrar a senhora que, na Constituição, a Polícia Militar é uma instituição permanente e de Estado. Mesmo a senhora querendo, não irá conseguir acabar com a honrosa Polícia Militar. Deputada Bonavides, lave a boca para falar da Polícia Militar do Rio Grande do Norte”, disse.

O deputado ainda defendeu os policiais acusados, alegando que os militares possuem uma “conduta exemplar”, e também que estão em uma situação de injustiça. “Já há, inclusive, uma decisão da Justiça que absolveu esses policiais no crime de sequestro e ocultação de cadavér. Esses policiais possuem relevantes serviços prestados. Eu creio em Deus que os jurados serão inspirados, e esses policiais também serão absolvidos ali.

Caso Gabriel

Como repercutido anteriormente pela TRIBUNA DO NORTE, Giovani Gabriel de Souza Gomes desapareceu no dia 5 de junho de 2020. Seu corpo só foi encontrado no dia 14. Ele saiu nas primeiras horas da manhã do bairro em que morava, Guarapes, zona Oeste de Natal, em direção à casa da namorada, em Parnamirim. O namoro, segundo familiares, não era aprovado pelos pais da jovem, o que fez com que Gabriel guardasse sua bicicleta em um terreno próximo à casa.

Quando saía do terreno, o jovem foi surpreendido pela viatura onde estavam Bertoni Vieira Alves, Valdemi Almeida de Andrade e Anderson Adjan Barbosa de Sousa, que levaram o rapaz. Segundo a denúncia do MPRN, os policiais militares lotados no Batalhão da PM de Goianinha estavam longe de sua área de patrulhamento atribuída.

Naquele dia, Paulinelle Sidney Campos Silva informou que sua cunhada havia sido vítima de um assalto na manhã do sumiço de Gabriel e que seu veículo, um Hyundai i30, foi roubado pelos assaltantes.

Ainda de acordo com a sentença, o assalto aconteceu por volta das 6h40 e, às 7h15, Paullinelle telefonou para os colegas a fim de iniciar a busca pelos assaltantes, ignorando os procedimentos previstos dentro da Corporação e sua área definida de patrulhamento.

Às 7h49, o PM foi informado pelo irmão, Platinny Willer Campos Silva, que o carro de Nicole havia sido encontrado em uma área próxima ao loteamento onde vivia a namorada de Giovani Gabriel. Foi próximo ao local onde o carro havia sido abandonado que se depararam com Giovani Gabriel, que acabava de guardar sua bicicleta.

Neste momento, os policiais colocaram Gabriel dentro da viatura e, em seguida, o levaram até  a zona rural de São José do Mipibu. Em virtude da quebra do sigilo telefônico, foi possível constatar que Paullinelle, que não estava na mesma viatura dos três colegas, recebeu ligações e foi informado sobre o sequestro e, posteriormente, sobre a iminente execução do rapaz. Ainda segundo a denúncia, os PMs efetuaram dois tiros na nuca do estudante.

Compartilhe