O Diagnóstico de um Estado em Coma: O Colapso da Saúde Pública no Rio Grande do Norte

O sistema de saúde pública do Rio Grande do Norte parece seguir um roteiro de filme de terror, onde os personagens – pacientes e profissionais de saúde – lutam diariamente contra um inimigo invisível: a inércia do governo estadual. Com hospitais superlotados, profissionais sem salário e uma infraestrutura digna de um cenário pós-apocalíptico, a população se vê cada vez mais refém de um serviço que deveria garantir dignidade, mas entrega apenas sofrimento.

O atraso no pagamento de médicos, enfermeiros e demais funcionários da saúde virou rotina. Trabalhar meses sem receber virou um desafio de sobrevivência, e quem mais sofre, claro, é a população que depende do SUS. Profissionais desmotivados, sem estrutura básica para atendimento e uma fila de espera que parece crescer na mesma velocidade da ineficiência administrativa.

As promessas do governo estadual até tentam ser convincentes, mas a realidade insiste em desmenti-las. Em dezembro de 2023, por exemplo, diversos hospitais do estado operavam no limite, com médicos suspendendo atendimentos por falta de pagamento. Enquanto isso, a alta cúpula do governo parece estar mais preocupada com discursos ensaiados do que com medidas concretas para salvar o setor.

E os números não mentem: segundo dados do Conselho Federal de Medicina, o RN está entre os estados com maior déficit de investimentos em saúde pública per capita. Além disso, denúncias de falta de insumos, medicamentos e até materiais básicos como luvas e seringas escancaram a precarização dos hospitais.

Mas como sempre, a culpa nunca tem endereço fixo. O governo joga a responsabilidade para o governo federal, que por sua vez culpa a crise econômica, que por sua vez culpa os cortes orçamentários. No fim das contas, é a população potiguar que continua pagando a conta – e pagando caro, com sua própria vida.

A grande questão é: até quando a saúde do Rio Grande do Norte vai continuar na UTI sem previsão de alta?

Fontes e Referências:

  • Conselho Federal de Medicina (CFM) – Relatórios sobre investimentos estaduais em saúde pública.
  • Sindicato dos Médicos do RN – Notas sobre atrasos de pagamento e paralisações.
  • Relatórios da Secretaria de Saúde do RN – Dados sobre leitos e atendimento.
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