O consumidor potiguar segue enfrentando uma verdadeira via-crúcis ao abastecer seu veículo ou fazer uma compra que dependa de balança no Rio Grande do Norte. Um recente levantamento do Instituto de Pesos e Medidas do RN (Ipem/RN) revelou um aumento preocupante nas irregularidades em bombas de combustíveis e balanças comerciais entre março e maio de 2025 — e isso tem nome, causa e responsabilidade: a negligência da gestão Fátima Bezerra.
Segundo o Ipem, em maio, 4,4% das 249 bombas de combustível fiscalizadas apresentaram erros — superior ao índice de 4% registrado em abril e março. A situação também se agrava nas balanças comerciais: 7,5% das 269 balanças inspecionadas estavam em desconformidade, contra 6,5% nos meses anteriores. Ou seja, o cidadão está pagando por um litro e recebendo menos — uma fraude silenciosa que castiga o bolso da população enquanto o Governo do Estado fecha os olhos.
O descaso é ainda mais grave quando observamos a inércia da gestão estadual diante das fiscalizações. Embora o Ipem atue com esforço técnico, não há políticas de reforço, incentivo ou ampliação das ações fiscalizatórias por parte do Governo do Estado. A governadora Fátima Bezerra, ao invés de investir em estrutura, apertou o cerco fiscal com o aumento do ISS sobre os combustíveis, impactando diretamente os preços ao consumidor, sem contrapartida de fiscalização rigorosa.
Erros mais comuns nas bombas incluem:
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Vazão abaixo do permitido (entrega de menos combustível do que o registrado);
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Erro no interloque, o sistema que deveria zerar os dados de volume e valor a cada abastecimento;
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Mau estado de conservação dos equipamentos.
Além disso, nas balanças, foram encontrados:
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Equipamentos com erros em favor dos comerciantes, o que lesiona o consumidor;
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Selos rompidos, permitindo possíveis fraudes.
Um reflexo do abandono institucional
Em maio, o Ipem verificou 2.625 instrumentos, entre bombas, balanças, taxímetros e medidores de pressão. A boa notícia vem do setor de qualidade do Inmetro, que fiscalizou mais de 7 mil produtos de uso obrigatório e não encontrou irregularidades. No entanto, isso escancara o contraste: o que depende da estrutura nacional funciona; o que depende do Estado, falha.
Mais do que dados técnicos, os números revelam uma tragédia silenciosa para o consumidor potiguar, que não tem proteção ativa do Estado contra fraudes cotidianas. Aumentar tributos como o ISS sem garantir fiscalização efetiva é empurrar o cidadão para a fogueira dos preços altos com risco de fraude — uma conduta institucional, no mínimo, constrangedora.