Uma escola interditada, uma governadora ausente, e um estado que agoniza
A interdição da Escola Estadual Professora Maria Stella Pinheiro Costa pelo Corpo de Bombeiros de Mossoró escancara o colapso da educação pública sob o comando da governadora Fátima Bezerra. A escola, que leva o nome de uma educadora e deveria ser um templo do saber, foi lacrada por colocar em risco a integridade física de alunos, professores e funcionários — resultado direto de anos de abandono, descaso e maquiagem administrativa.
E o que diz a governadora? Enquanto estudantes enfrentam salas insalubres, estruturas comprometidas e banheiros sem dignidade, Fátima Bezerra prefere anunciar, com pompa e circunstância, a climatização de escolas estaduais. Ora, de que adianta ar-condicionado em prédios que correm risco de desabar?
Essa é a política do marketing vazio. Do governo que finge reformar, mas tapa buraco com tinta. Que divulga avanços em redes sociais enquanto escolas são interditadas na vida real.
Fátima Bezerra: a professora que virou as costas à educação
É preciso lembrar: Fátima Bezerra chegou ao governo com o discurso de quem compreendia a realidade da educação porque veio dela. Mas o que vemos hoje é uma professora que renegou suas origens. Que abandonou o livro didático para se agarrar ao palanque. E que trata Mossoró — segunda maior cidade do estado — como um território renegado. Uma espécie de castigo político à cidade que se recusa a se ajoelhar.
A interdição da Escola Maria Stella é apenas a ponta do iceberg. Mossoró vive um apagão educacional que vai da falta de merenda à precariedade de infraestrutura, passando por bibliotecas abandonadas e ausência de investimentos estruturais. O que se vê é um tratamento desumano, negligente, quase punitivo — como se os estudantes mossoroenses fossem menos dignos de cuidado do que os da capital.
Climatizar o colapso: um governo de aparência
O anúncio da climatização de escolas por parte da governadora soa como piada de mau gosto diante do atual cenário. O ar-condicionado, tão propalado como símbolo de modernização, torna-se um deboche diante de prédios em ruínas, falta de acessibilidade e risco iminente de tragédias.
Estamos falando de um governo que prefere comprar cortina enquanto o telhado desaba. Que pinta fachada em prédio condenado. Que publica decreto enquanto o Corpo de Bombeiros lacra a escola.
A realidade que os relatórios não escondem
Segundo dados do próprio Governo do Estado (SEEC-RN), cerca de 70% das escolas estaduais enfrentam algum tipo de problema estrutural — de infiltrações e rachaduras à ausência de extintores e saída de emergência. O relatório do TCE-RN (Tribunal de Contas do Estado) de 2023 apontou que apenas 22% das escolas estaduais têm laudo atualizado do Corpo de Bombeiros, condição obrigatória para funcionamento.
A Escola Maria Stella, infelizmente, entra para esse trágico inventário da omissão.
Conclusão: o silêncio que ecoa em Mossoró
Enquanto a governadora Fátima Bezerra se cala sobre a interdição, Mossoró grita por respeito. Os estudantes são deixados ao léu. Os professores se desdobram para manter viva a chama da educação. E a cidade inteira assiste ao desmoronamento de suas esperanças.
Porque não se trata de uma escola isolada, mas de um projeto de governo falido. Um governo que perdeu a conexão com sua essência e abandonou sua principal bandeira: a educação.