A entrada de Carlos Eduardo Xavier, mais conhecido como Cadu Xavier, na corrida pelo Governo do Rio Grande do Norte é, antes de tudo, um ato de desespero político. Cadu não é apenas o nome da vez — é o nome jogado aos leões, escolhido por dois motivos elementares:
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Falta de opção viável dentro do governismo desgastado e desidratado.
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Tentativa clara de tirar Fátima Bezerra dos holofotes negativos após quase oito anos de um governo que flerta com o colapso em diversas áreas — especialmente na segurança pública, saúde e infraestrutura.
A verdade é dura, mas precisa ser dita: Cadu é a extensão masculina de Fátima Bezerra, seu reflexo no espelho rachado do PT potiguar. Carrega o mesmo discurso, os mesmos vícios e, principalmente, a mesma impopularidade, que só aumenta diante do caos administrativo que domina o RN.
O Cadu do Caos Fiscal
Cadu Xavier não é inocente no desastre administrativo do RN. Pelo contrário — é um dos principais arquitetos do colapso fiscal que o estado enfrenta. Como secretário estadual de Fazenda desde 2019, ele tem as digitais em toda a política de arrocho, nos atrasos salariais, no sucateamento de serviços básicos e no empobrecimento das cidades do interior. Sua gestão falhou em promover um choque de eficiência e se limitou a empurrar problemas com a barriga.
A pergunta que ecoa nos bastidores é: como o responsável direto pelo cofre do estado — hoje quebrado — quer convencer a população de que pode consertar o que ele mesmo ajudou a destruir?
Sem Carisma, Sem Tração, Sem Voto
Apesar de contar com toda a estrutura do governo — com a máquina pública a seu favor, com as prefeituras aliadas tentando levantar seu nome em redutos eleitorais — Cadu simplesmente não decola nas pesquisas. Falta-lhe carisma, apelo popular, histórico eleitoral e, acima de tudo, discurso convincente.
O eleitorado o enxerga como aquilo que de fato é: um quadro técnico transformado em boi de piranha político. E o povo potiguar, que já amargou demais com promessas vazias, não se impressiona com planilhas nem com discurso fiscalista burocrático.
A Herança de Fátima: Um Peso e Tanto
Não dá para falar de Cadu sem mergulhar no desgaste da governadora Fátima Bezerra. Com índices de rejeição crescentes, ela chega ao fim de seu governo com a popularidade no subsolo, mesmo tentando blindar sua imagem com ações midiáticas e anúncios de última hora.
A tentativa de transferir votos e confiança para Cadu é uma manobra kamikaze, que só evidencia o tamanho do buraco em que o PT local se meteu. O que se vê, na prática, é um ensaio desastroso para manter o poder a qualquer custo, mesmo que para isso se jogue na fogueira alguém que nunca foi preparado para a batalha política real.
Conclusão: Uma Candidatura para Constar
A pré-candidatura de Cadu Xavier cumpre mais uma função simbólica do que competitiva. Serve para manter o PT no jogo, esconder Fátima do front e comprar tempo até o verdadeiro embate começar. No entanto, o povo potiguar já entendeu o jogo — e não aceita mais ser figurante em roteiro de tragédia.
