O decano do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, defendeu nesta sexta-feira (30) o sistema eletrônico brasileiro de votações e disse, com ironia, que se há tanta desconfiança sobre o sistema pode-se voltar ao sistema de votação em papel manual.
“Se há tantos problemas no voto eletrônico, vamos voltar ao voto manual que nos trouxe muitos problemas. Todos nós somos favoráveis a auditabilidade da urna e ela é auditável e auditada. Com processos abertos. No dia anterior à eleição se faz apanhado e simulação com todos os partidos presentes. Os partidos nem sempre comparecem porque entendem que funciona bem. O que devemos olhar é o abuso de poder político e econômico. Essa polarização sugere um segundo propósito, que parece não ser recomendado”.
Gilmar Mendes participou da live Sistemas de Governo, Crise e Desafios, organizada pelo Consultor Jurídico ao lado do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). A discussão sobre o voto impresso tem sido protagonizada pelo presidente Jair Bolsonaro, que ontem em sua live semanal fez demonstrações sobre suspeitas de problemas nas urnas, sem, no entanto, apresentar provas como vinha prometendo.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que a discussão sobre o voto impresso deveria ocorrer no Senado, do ponto de vista do trâmite legislativo. A Câmara tem uma comissão especial sobre o assunto e o parecer do relator pelo voto impresso auditável para 2022 deve ser derrotado no início de agosto, de acordo com o placar das últimas votações:
“No Senado há uma PEC parada desde 2015. Do ponto de vista do processo legislativo, seria melhor retomar a discussão não pela Câmara, e sim no Senado. Eu confio 100% no sistema atual, defendo que não há problemas, mas qualquer versão sobre resultado de eleição é ruim para o País. E o Congresso está atento a esse tema”.